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2 de outubro de 2013

As ditaduras mundiais estão ruindo?

É notório que as principais ditaduras do mundo estão ruindo, vide a onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010 conhecida como Primavera Árabe. Os sintomas da crise são à primeira vista em face de diversos fatores estruturais, por exemplo, das péssimas condições de vida nesses países promovidas pelo desemprego, da corrupção policial, regimes autoritários, injustiça política e social de seus governos, falta de liberdades e tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados, na alta militarização dos países e na falta de infraestruturas em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos.

Até a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia e na Síria; também houve grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Omã e Iémen e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental (veja mapa abaixo).

As manifestações resultaram na derrubada de três chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; no Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente Muammar al-Gaddafi, morto em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro e torturado por rebeldes, arrastado por uma carreta em público, morrendo com um tiro na cabeça.


Durante este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35 anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki, cujo mandato termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais violentas exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo primeiro-ministro pelo rei Abdullah.

As suas implicações geopolíticas têm chamado a atenção global. Não por acaso, tratam-se de países de maioria mulçumana e principais rivais de Israel, a Terra Santa. Todos esses acontecimentos tratam-se na verdade da preparação para os futuros acontecimentos em Israel considerada a primeira grande onda de protestos democráticos do mundo árabe desde o surgimento do Islão no anos de 632-670 d.C.