A área de TI atualmente precisa abordar dois grandes problemas:
complexidade dos sistemas: as organizações gastam cada vez mais para construir sistemas de TI; e
alinhamento ineficiente do negócio: as organizações consideram cada vez mais difícil manter esses sistemas de TI, sempre mais caros, alinhados às necessidades do negócio.
Em resumo: maior custo, menor valor. Esses problemas, identificados pela primeira vez há 20 anos, alcançaram hoje um ponto de crise: o custo e a complexidade dos sistemas de TI cresceram exponencialmente, enquanto as oportunidades de se produzir valor real com base nesses sistemas ficaram extremamente reduzidas.
O ponto principal, hoje: custo ainda maior, valor ainda menor. Organizações de grande porte não podem mais dar-se ao luxo de ignorar esses problemas. O campo da arquitetura corporativa que há 20 anos tinha ares quixotescos, hoje se mostra muito profético.
Nos últimos 20 anos, muitas metodologias arquiteturais corporativas apareceram e desapareceram. Atualmente, cerca de 90% do campo usa uma das quatro metodologias seguintes:
• framework Zachman para arquiteturas corporativas: embora auto-descrita como um framework, seria, na verdade, melhor definida como uma taxonomia;
• framework arquitetural do Open Group (TOGAF): embora denominado um framework, seria, na verdade, melhor definido como um processo;
• arquitetura corporativa federal (FEA): pode ser vista como uma arquitetura corporativa implementada ou como uma metodologia prescritiva para a criação de uma arquitetura corporativa;
• metodologia Gartner: pode ser melhor descrita como uma prática arquitetural corporativa.
Este artigo discute essas quatro abordagens da arquitetura corporativa. Faz isso no contexto de uma empresa fictícia, que enfrenta alguns problemas operacionais nada ficcionais. Esses problemas incluem:
sistemas de TI tornando-se incrivelmente complexos, com manutenção cada vez mais cara;
informações de missão crítica consistentemente desatualizadas e/ou totalmente erradas;
cultura da desconfiança entre os lados comercial e tecnológico da organização.
De que forma a empresa deveria escolher entre essas quatro diferentes abordagens da arquitetura corporativa? Este artigo traça o caminho que, provavelmente, a empresa enfrentará usando qualquer uma dessas metodologias.
Ao examinar detalhadamente cada uma delas, somos surpreendidos pelo fato de que nenhuma é realmente completa. Cada qual tem pontos fortes em algumas áreas e fracos em outras.
Para muitas empresas, nenhuma dessas metodologias será, portanto, uma solução completa. Para essas organizações, este artigo propõe outra abordagem, que podemos chamar de metodologia mista. Escolha pedaços e itens de cada uma dessas metodologias, modificando-os e mesclando-os de acordo com as necessidades específicas da sua organização. Este artigo oferece uma abordagem para criar essa metodologia mista que pode representar o melhor ajuste para as necessidades da sua organização.
Todavia, mesmo uma metodologia mista só será adequada na medida em que a organização estiver comprometida com as mudanças. Este compromisso deve advir do mais elevado nível da organização. O lado bom dessa história é que, se houver um compromisso verdadeiro com a mudança e uma metodologia sob medida para orientar essa mudança, a velha promessa de há 20 anos da arquitetura corporativa fica ao alcance das mãos.
A promessa não mudou: reduzir o custo e a complexidade de TI e, ao mesmo tempo, aumentar o valor e a eficiência do negócio - ou de modo ainda mais simples, aprimorar a sua capacidade de concorrer em um mundo cada vez mais competitivo.