As principais empreiteiras do país, que detêm maior volume de contratos relativos a obras públicas, doaram R$ 111 milhões a partidos e candidatos nas eleições de 2010. Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a Camargo Corrêa é a campeã de doações - repassou R$ 50 milhões a políticos. A Queiroz Galvão, outra gigante da construção civil, fez aportes que somaram R$ 46 milhões. A OAS liberou14, 94 milhões. Os dados são parciais e constam das prestações de contas dos candidatos e comitês de campanha e dos relatórios que as próprias empreiteiras enviaram aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e ao TSE. Nem todo o montante desembolsado já foi comunicado às cortes eleitorais.
Os candidatos que disputaram segundo turno ainda têm prazo legal até o fim de novembro para apresentar nova prestação de contas. Os R$ 111 milhões foram transferidos para o caixa de campanha de candidatos que concorreram a cargos em Assembleias estaduais, Câmara e Senado. Também foram contemplados políticos que disputaram cargos no Executivo, governo dos Estados e Presidência da República. As empreiteiras ocupam de longe o primeiro lugar no ranking dos maiores doadores.
Em nota, a Camargo Corrêa destacou que as contribuições do grupo para as campanhas eleitorais "são realizadas em respeito à legislação em vigor" e o crescimento dos valores repassados em 2010, em comparação a outras eleições, "insere-se em um contexto compatível com a expansão da receita bruta que, entre 2005 até 2009, atingiu um valor 2,5 vezes maior". O assessor de imprensa da Carioca Christiani-Nielsen, Mário Lobo, informou que a empresa "não tem interesse em se manifestar". A OAS não atendeu e a Mendes Júnior não se pronunciou. A Serveng informou que as doações estão integralmente registradas. Constran e o Grupo Andrade Gutierrez garantem doações legais.
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