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14 de agosto de 2012

Autos de violações de privacidade

É preciso reconhecer que o pessoal fissurado nas redes sociais (Facebook, Twitter, Orkut, etc) é, geralmente, desprovido de autocensura, transforma essas redes em diários pessoais e ali escancara sua vida pessoal em detalhes que fogem a qualquer noção de bom senso.

O estudante de direito em Viena, Max Schrems, iniciou um processo contra o Facebook. Após muitas dificuldades, o estudante de direito conseguiu um CD com toda a informação coletada durante os três anos em que fez parte desta rede. Quando impresso, o conteúdo do CD formava uma pilha de 1.200 páginas. Todo o material - histórico de chats, cutucadas, pedidos de amizade, posição religiosa, etc. - era classificado em 57 categorias que possibilitam facilmente a mineração de dados, descobrindo qualquer informação que se deseja; seja da vida pessoal, profissional, religiosa ou política.

Além desse material, mesmo as mensagens, fotos e outros arquivos que ele havia deletado continuavam armazenados nos servidores do Facebook. Quando questionado sobre isto, o Facebook afirmou que apenas "removia da página" e não "deletava". Isso significa que, quando uma informação é publicada no Facebook, ela jamais é excluída. Para acompanhar o caso, o estudante de direito criou o site "Europe versus Facebook"[http://europe-v-facebook.org/EN/en.html].



Depois de descoberto o método de rastreamento usado pelo iPhone, agora vem à tona uma ferramenta “espiã” chamada Carrier IQ que aumenta a discussão sobre privacidade. Ela está presente em milhões de smartphones no mundo e pode monitorar o uso que as pessoas fazem de seus aparelhos, segundo o Mashable. BlackBerrys e celulares da Nokia são outros dispositivos em que o aplicativo se encontra. E iPhones também viriam com a ferramenta embutida, mas desativada.

Os toques na tela e o conteúdo de mensagens seriam algumas das informações possivelmente gravadas pelo Carrier IQ, que as enviaria, então, a terceiros. Praticamente todos os aparelhos baseados no sistema operacional Android, do Google, têm o recurso ativado.

O site conta que a proposta do Carrier IQ é gravar informações úteis para as operadoras melhorarem a qualidade do serviço prestado aos consumidores — ou seja, ela é de uso das operadoras, e não das fabricantes de aparelhos.

Após um pesquisador revelar ter descoberto que informações como os toques na tela são armazenadas e enviadas aos servidores da Carrier IQ, a empresa disse não gravar ou rastrear esse tipo de dado. “As informações coletadas pela Carrier IQ são de uso exclusivo do cliente (operadoras), e a empresa não vende informações pessoais do assinante a terceiros”, disse a Carrier IQ em comunicado à imprensa. O pesquisador, Trevor Eckhart, gravou vídeo, em inglês, para explicar o funcionamento da ferramenta. No minuto 5:55, ele mostra onde está o aplicativo; e, no minuto 7:00, ele mostra a lista de ações que o aplicativo espia. (A marca do aparelho é HTC, mas ocorre o mesmo em outras.)

O Mashable lembra que não está clara a relação da Carrier IQ com as operadoras, e o site da companhia não detalha quais são suas clientes no mundo. “É definitivamente desconcertante ver isso tudo sendo feito por um aplicativo que está completamente fora do controle do usuário”, diz o Mashable. Seja qual for o papel da ferramenta, o alerta da privacidade está aceso.

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