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18 de março de 2007

Exploração da mão de obra qualificada

É simplesmente um absurdo o que assistimos hoje nas relações de trabalho no tocante aos estudantes em geral, principalmente aos estudantes do ensino superior e tecnológico da Bahia senão do Brasil como um todo. Ops! Estamos falando das relações de trabalho ou estágio? Isso eu também me pergunto.

O que presenciamos no mercado são ofertas de vagas e mais vagas com carga horárias de oito horas de trabalho no dia e outras tantas de até quarenta e quatro  horas semanais.  Acredite!!!!. Isso tudo sem falar nas exigências que os contratantes impõem ao candidato a uma dessas vagas. Enquanto o que se prega é que o estágio serve como complemento do estudo, sobretudo para desenvolvimento das capacidades adquiridas nas escolas e/ou faculdades.

Será que existe algum estatuto que rege o contrato de estágio? Se existe no mínimo não está sendo cumprido. E se não rege esses pontos está mais do que na hora de revermos os seus parágrafos.

Ao longo da história encontramos sempre duas camadas socais fundamentais que se opõem em seus interesses econômicos.  Antigamente as relações de classes se davam de escravos para senhor um pouco mais tarde de vassalos (servos) para senhores feudais avançando com a revolução industrial tínhamos o proletário e a burguesia.  Hoje da forma que estão às coisas somos escravos "elitizados", servos de colarinho branco , ou melhor , "condenados da terra" para retomar uma expressão de Franz Fanon.  Os programas de estágio hoje se constituem numa relação escravoassalarido de produção.

Para as empresas é muito cômodo contratar um estagiário, ao invés de um profissional, e explorar a sua mão de obra qualificada até os últimos limites, pois dentre outros benefícios não assinam carteira de trabalho, não recolhem impostos, não tem férias, décimo terceiro e por ai vai....

Para os estudantes que se sentem pressionados por esse mercado desleal resta a aventura de encarar duras seleções para adentrar no fechadíssimo mercado de trabalho que muito dificilmente contrata alguém com pouca ou nenhuma experiência.

O pior é que conscientes ou não da nossa capacidade intelectual muitas vezes os estudantes são reféns de oportunistas e empresas nada sérias que ostentam com honra títulos como por exemplo "Empresa Socialmente Responsável” norma ISO e tantas outras sopas de letrinhas.

O capital humano continua sendo na maioria das organizações com poucas exceções objetos de uso um mal necessário e que deve ser explorado e quando esgotado deve ser descartado.

Se você assim como eu fica transtornado com a realidade retratada nesse texto está mais do que na hora de se mobilizar e fazer algo para que essa realidade mude e que nossos filhos ao menos passem a ter condições dignas de trabalho.

Passe essa mensagem adiante para todos os seus contato e saia dessa inércia social. Cobre dos políticos que vocês mesmo elegeram mudanças radicais no programa a acima de tudo na fiscalização dessa e de outras atrocidades.

Outras publicações estão disponíveis no meu blog no endereço eletrônico http://requiao.blogspot.com

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